domingo, 23 de março de 2014

Fofo é o cacete - eu quero inclusão. A paternidade ativa na ótica da RAP.

Avistam um homem com uma criança, cuidando tão bem e pensam: ai, que fofo! E sabe o que eles dizem disso: fofo é o cacete, sou pai e quero respeito e inclusão! Certíssimos, não? E você sabe que o objetivo desse blog é também mostrar ações positivas da paternidade. Pois, infelizmente nem sempre tudo é tão fofo e fácil quanto se pensa na vida desses pais que querem ser participativos.

Já escrevi dentro de alguns textos sobre o abandono do homem durante a gestação, consultas ao pediatra - sendo tratado como figura descartável no processo de criação de seus filhos e filhas. Tenho me empenhado em encontrar muitas coisas para mostrar como atitudes positivas e que realmente funcionam para agregar o homem no contexto familiar. 

E tenho tido gratas surpresas. Uma delas é sobre um Projeto bem bacana realizado no município do Rio de Janeiro, chama-se RAP da Saúde - Rede de Adolescentes Promotores da Saúde. Está ligado ao Elos da Saúde que é um canal para articulação dos setores para promoção de saúde no Rio de Janeiro. Mas a RAP é uma iniciativa da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, que visa "valorizar as diversidades de gênero, raça/cor/etnia, orientação sexual e juventudes com deficiências". O legal é que essa galera da RAP, em 2013, produziu um vídeo intitulado "O pai está"  -como se fosse uma afirmação da pergunta - que frequentemente ouvem quando levam seus filhos e/ou filhas a consultas médicas ou para resolver a questões escolares - a mãe onde está?

Interessante notar o trabalho de consciência com os jovens pais da periferia, dos adolescentes que tem uma paternidade precoce. Importante também trabalharmos nossos olhares a essas maternidades e paternidades em adolescentes. Não é produtivo acusar essas jovens pessoas de irresponsáveis e trata-las como tais quando a gravidez acontece. É necessário prepará-los para isso, nem aliviando a responsabilidade, mas principalmente não sobrecarregando, nem demonizando essa nova etapa. Conscientizar o rapaz adolescente da sua importância na criação dessa nova vida, tratar esse assunto de maneira positiva é frutificante - como é na RAP da Saúde.

O vídeo " O pai está" tem um pouco de ficção e traz relatos de pais jovens e mais maduros tratando justamente dessa situação da negligência que sofrem enquanto pais e responsáveis por suas crianças. 





É necessário antes de discursar sobre ausências paternas refletir sobre como o homem está sendo ensinado e acolhido em várias sentidos: sociedade, sistemas de saúde, escolas. Eles não querem saber se é fofo ou não um homem cuidando do seu rebento. Eles querem respeito, querem inclusão. 


Link do site Elos da Saúde aqui.
Link do Vídeo "O pai está" aqui




Nenhum comentário:

Postar um comentário