sábado, 3 de maio de 2014

Documentário - Com Licença - Sobre a Licença Maternidade

O documentário Com Licença, com direção de Bia Siqueira, trata da problemática das mães que devem retornar ao trabalho após quatro ou seis meses de licença maternidade. Vários olhares por diferentes profissionais são lançados para discutir a questão Maternidade e Carreira. É um filme sobre você mamãe e sobre você papai. É uma temática urgente!

Algumas palavras de Bia Siqueira pelo impulso em realizar esse projeto: "Muito antes da minha primeira filha nascer, talvez meu instinto me fizesse prestar bastante atenção às mulheres que tinham filhos ao meu redor. Via muitas delas se dedicando desenfreadamente ao trabalho, se desdobrando em mil pra atender a todas as demandas: chegar a tempo no trabalho, gerenciar o dia a dia do filho à distância, produzir, levar ao médico, e ainda, ser mulher de vez em quando. Sempre procurei evitar o julgamento. Eu só olhava e pensava: “algo me parece muito desequilibrado... Quando chegar a minha hora quero ter, pelo menos, opções.” De lá pra cá, fui guinando minha vida profissional pra alguma coisa que pudesse me dar mais flexibilidade. Sei que muitas mulheres não têm essa opção. Natural... O ser humano se torna muito mais sensível a qualquer assunto depois de o viver na pele. E é justamente a gravidez e o nascimento do filho que faz muitas mulheres repensarem tudo, rever prioridades e visões de mundo. Decidi transformar aquele meu primeiro sentimento lá de trás, em algo maior, algo que pudesse realmente fazer as pessoas pensarem e refletirem, e com isso fazer dessa uma discussão social em larga escala. Em prol delas, em prol dos filhos, e em prol daquela tal sociedade a que me referi anteriormente: sociedade como quebra-cabeça completo. Não, esse não é um problema apenas de quem quer ter filhos. "

Assim como Bia, muitos e muitas de nós ficamos desamparados em nossos desejos de dedicação a família para darmos conta de colocar "comida na mesa" e nos realizarmos profissionalmente, será que precisamos realmente dessa vida desenfreada? Será que precisamos viver dessa forma?

Quando vi o trailler pela primeira vez (e pela segunda) me emocionei muito. Deixo para vocês verem também e se emocionarem.





Porém para finalizar o filme estão necessitando da nossa ajuda. Você pode contribuir com quantias que vão de 30 reais a outros valores. Quantias menores são bem vindas também. Com o que está escrito no site da benfeitoria:

Por que Crowdfunding?  

Hoje estamos há 2 anos construindo essa história, dedicando de graça o nosso tempo e o de todos os envolvidos para chegar até aqui. Quando decidimos incentivar o projeto pela Lei Rouanet, já havíamos realizado diversas entrevistas por nossa conta e custo. O projeto foi aprovado, e de lá pra cá nos reunimos com diversas empresas para captação de patrocínio, uma estrada quase sempre lenta e muito difícil. Por acreditarmos que esse é um projeto coletivo, que diz respeito a cada um de nós, optamos por arrecadar o montante que falta para finalizar as filmagens via financiamento coletivo. Via todos nós. E muito além disso, como forma de te convidar a fazer parte desse coro, para juntos mostrarmos para empresas e governo que essa é uma discussão que se faz urgente. O tempo do futuro é agora. E esse futuro será tão bom quanto as nossas possibilidades de deixar filhos melhores para o mundo

Se você quiser ajudar ou conhecer melhor o projeto clique aqui.

Nós merecemos esse documentário!



quarta-feira, 30 de abril de 2014

Bebê vai nascer e o que fazer? Como ser um ótimo acompanhante no parto - a dica do Papai Nasceu

Sua esposa, ou namorada, ou noiva, ou amiga, ou companheira, ou mulher - não importa o nome - se descobre grávida. Você tem uma vontade inenarrável de acompanhar esse parto. Quer estar presente em todos os momentos.

Ou

Você descobriu já com a gravidez bem adiantada que será pai e quer acompanhar todos os momentos.

Como já foi relatado aqui no blog, não é sempre que o papai tem um bom acolhimento durante o pré natal. Fica meio de lado. Muitas vezes, nem a gestante é bem orientada sobre o parto, que ela pode ter um acompanhante. E agora? O que irá fazer, como irá se comportar, vai desmaiar?

Você está louco de vontade de ver a carinha do seu bebê, né? Quer ficar juntinho, acompanhando tudo, mas o que fazer para não atrapalhar, não desmaiar, não fazer bafão?

Se puder, meu amigo, leia, leia tudo o que for possível sobre parto. Lembre-se parto é um evento natural e vaginal, cesária é cirurgia - um recurso lindo, que serve para salvar vidas - então leia, leia e leia. Participe de fóruns, grupo de gestantes e casais grávidos, cursos, roda de pais e tudo que puder te ajudar.

Pra quê? É interessante isso, né? Parto uma coisa tão natural e tem que ser estudada. É importante estudar, pois a nossa sociedade se desacostumou com essa "coisa" natural. É importante ler, estudar para saber o que vai acontecer ou o que pode ocorrer com o corpo da futura mãe do seu bebê. É importante ler e estudar para não se assustar, para não se descabelar, para saber como agir, para trazer esse bebê ao mundo também, afinal o papai vai nascer junto!

Uma dica preciosa é: assista a todos os partos lindos e naturais disponíveis no youtube. Além de emocionante, você vai se acostumando a essa esfera do parto. E também assista a cesáreas. Duas indicações de filmes documentários são: violência obstétrica - a voz das mulheres e o renascimento do parto.

A mulher entrou em trabalho de parto? Começou a sentir contrações? Quando entramos em trabalho de parto ativo, sentimos muito a região lombar. É como se viesse uma sensação forte e aguda bem no centro da lombar e resvalasse. Essa sensação ocorre por um hormônio maravilhoso chamado ocitocina. A mulher fica "bêbada" por conta desse hormônio. Quanto mais a contração fica forte, mais a mulher fica em outra dimensão. Entenda uma coisa: parto é algo instintivo. Não é um momento para a finese da mulher ou boa educação, ou de racionalidades. É um momento de transe, onde ela estará mergulhada em si mesma e no bebê. Ela precisa relaxar. Sentir a contração e relaxar, quanto mais relaxar, quanto mais sentir a contração e deixar ela passar, mais rápido o útero dilata, mais rápido o trabalho de parto. E acredite tem vários métodos naturais para ajudar a amenizar muito a sensação da contração.

A sua função querido papai será o de apoiar essa mulher. Você deve primeiro ser extremamente carinhoso, falar baixo. Oferecer massagens - caso ela deseje. Segurar na mão. Dizer que ama. Algumas posições ajudam a relaxar na hora da contração e você pode servir de apoio. Olhe o quadro abaixo.



Observe bem essa mulher, observe bem a transformação do corpo, observe e contemple a natureza agindo. Se observe, entre em contato com seus sentimentos, sinta todo aquele momento, traga seu bebê ao mundo, respire, inspire, se emocione. Acompanhe essa mulher, se acompanhe, traga essa criança ao mundo. Nasça, renasça, não se poupe de nenhuma emoção, deixe o papai surgir. Sinta esse pai com todas as forças. Será lindo e tudo dará certo!

terça-feira, 29 de abril de 2014

Programa de alimentação saudável para crianças.

A um tempo atrás, não muito, o canal pago Discovery Kids (DK), dedicado exclusivamente a programação infantil veiculou um comercial de um salgadinho que além de ser ofensivo também era a um produto nada nutritivo para crianças.
Esse mesmo canal também, nos seus intervalos da programação, bombardeava o interlocutor com muitos, muitos produtos.
Receberam muitas reclamações, e-mails, exigências de pais e mães para melhorar a qualidade da programação, pois o que passam no intervalo entre os programas deve ter alta qualidade.
Pois bem, a DK se redimiu, hoje tem menos venda e um pouco mais de qualidade. Um ótimo interprograma é o bloquinho musical que ensina e estimula de maneira muito divertida aos pequenos - e grandes também - a ter uma alimentação saudável. Se não curte o canal pode acessar no youtube.

Esse abaixo eu curto bastante.


segunda-feira, 28 de abril de 2014

Caso Bernardo - Um grito à paternidade ativa ou uma sociedade ativa?

O caso Bernardo está lotando os meios de comunicação - como não vejo televisão - posso dizer pelos sites. O ocorrido chama a atenção por sua crueldade, mas aqui não irei debater sobre isso, você pode saciar sua sede de sangue em outro lugar. Vou te convidar a refletir comigo sobre o que sempre apresento nesse blog: a importância da paternidade. Não sei se para filhos e filhas, mas para o homem.

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O que afinal faz um pai? O que se espera de um homem que tem filhos e filhas - ou um filho e/ou uma filha? Qual é o papel dessa pessoa? A sociedade ainda tem aquele velho conceito de que apenas a mulher deve se responsabilizar pelos cuidados com as crianças, tanto da alimentação, higiene e saúde, quanto do lado emocional. Ao homem espera que ele provenha à casa, pague as contas e proteja a família.

Quando o pai e a mãe se separam ou são solteiros a mulher quase automaticamente tem a guarda da criança. Cabe ao homem, em uma grande maioria dos casos, visitas quinzenais ou semanais, podendo ou não pernoitar. O cotidiano escolar e outras atividades são acompanhadas como por esse pai? 

Com esse quadro (que está mudando, como sempre relato, seja por aqui ou pela fanpage, porém é lenta) quando a mãe se ausenta, como esse homem irá assumir as responsabilidades que antes cabiam a mulher? Afinal, a vida desse homem era construída para materialmente ter condições de dar a sua família conforto e segurança.

Imagem aqui


O caso Bernardo grita nos nossos ouvidos! É um grito, um berro alto, longo e dolorido. Talvez, você possa estar um pouco zonzo com tanto sangue e julgamentos mil que não tenha percebido isso. Limpe sua mente e ouça. Ouça esse menino gritando por um pai presente. Ouça esse e tantos Bernardos que existem por aí. Esse é um caso além do sangue e das atrocidades. É um caso que diz respeito a toda sociedade e o papel que ela impõe ao homem.

Como professora é comum, quando o pai e mãe de algum estudante se separam, ouvir: o homem se separou da mulher e de seus/uas filhos/as. Quando esse homem assume um novo relacionamento é como se qualquer vestígio do relacionamento anterior tivesse que sumir, incluindo as crianças. Penso, será que foi isso que aconteceu com o pai do Bernardo? Quando Bernardo era criado junto a mãe esse homem era carinhoso e se tornou diferente quando criado com a madrasta. Não li nada como se relacionava com a filha que tem com a atual esposa. Será que era ausente? Será que pensava - o pai do Bernardo, que este sendo menino não havia problema em ser "criado solto", afinal, a sociedade cobra uma dura educação aos rapazes, pois homens precisam ser emocionalmente frios. Será que por isso não se ocupava tanto do menino, para este se tornar "um homem de verdade"?

O pai do Bernardo não é infelizmente uma exceção no que diz respeito a negligência, a falta de amor, de carinho, de acolhimento. Infelizmente existem muitas crianças sendo negligenciadas por aqueles que deveriam lhe dar amor. Quantas você conhece? O que você faz em relação a isso? Acha justo? É triste saber que um menino de 11 anos implorava por atenção e até pediu uma nova família, né? Mas quantos Bernardos existem perto de você? Pergunto de novo: o que você faz em relação a isso? Há algo que pode ser feito?

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Sim, existe. O que podemos fazer enquanto sociedade é primeiro não considerar natural que o homem abandone seus filhos ou filhas.  Segundo é ouvir o que as crianças tem a dizer, levá-las a sério. Terceiro é urgentemente fiscalizar os órgãos que deveriam cuidar das crianças. Negligência e falta de amor é mau trato. E denunciar ao Conselho Tutelar.

Uma pesquisa revela que a  maioria dos casos de agressão a crianças vem justamente de seus pais e mães, tanto no que diz repeito a espancamento quanto a negligência da higiene e saúde dos filhos e/ou filhas. Ou seja, se o caso Bernardo choca pelo seu fim, entristece o abandono pelo qual passou na sua curta vida. E isso é uma realidade de muitas, muitas crianças mesmo.

Voltando as perguntas dos dois parágrafos anteriores há mais que pode ser feita além do sugerido. Está acontecendo uma discussão na Câmara para que denúncias de maus tratos a crianças tenham mais peso. O projeto prevê também mudanças na formação dos conselheiros tutelares e a pressão é para que seja votado antes da Copa. Você já sabe o que deve fazer, né?

Não sei o que levou o pai do Bernardo a ser negligente com o filho, mas posso dizer que a cultura que vivemos é um influenciador em potencial para que casos de Bernardos ocorram, todos os dias, a todo o momento. Ainda não há provas concretas sobre o envolvimento do pai do garoto no assassinato. E sinceramente torço para que não tenha - essa morte dita matada. Para que ele consiga cuidar de sua filha, ter uma segunda chance após tantas tragédias. Espero e torço por isso!

Que esse grito seja ouvido por todos nós.


Sobre a pesquisa de maus tratos aqui.
Sobre a o PL 7746/14 - aqui.