quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Gravidez uma ameaça a virilidade? Ou ainda: acesso negado para homens pais.

Portas fechadas para os papais!


Uma pesquisa bem interessante encontrada nesse link acerca da paternidade comenta como o movimento feminista é impactante na reflexão dos papéis sociais. Antes tínhamos a figura do homem como provedor e a figura da mulher a vida doméstica. Hoje temos a mulher no mercado de trabalho exigindo que o homem entre na casa. A autora sugere que vivemos em uma fase de transição dos papéis masculinos e femininos e há uma necessidade de novos arranjos para constituir esses novos papéis. A pesquisa mostra que inclusive nas classes mais baixas, onde é difícil para o homem se manter em um emprego estável, a mulher acaba provendo o lar mesmo tendo filhos pequenos. Quando a mulher então se vê em duas jornadas de trabalho - uma que lhe permite a renda familiar e o sustento da mesma - mais o cuidado da casa e dos filhos/as - o homem acaba sendo desnecessário dentro do contexto familiar o que resulta em expulsamento do lar ou fuga dos mesmos. "Esses fatores podem resultar na desestruturação da identidade masculina que reflete violentamente nas suas parceiras. Nestas condições, uma gravidez pode representar não uma afirmação, mas uma ameaça à virilidade masculina, tanto que alguns estudos apontam que a violência doméstica ocorre frequentemente durante a gravidez.

Um dos pontos principais dessa pesquisa é a falta de modelo que o homem tem para assumir uma masculinidade diferente da que a ideologia atual propõe.

O decorrer da pesquisa, infelizmente, sinaliza aquilo que já vimos aqui no blog. O homem pai não é acolhido pelas áreas de saúde a serem participativos. Não é convidado a entrar na consulta pré natal embora tenham direito e vontade. Não são permitidas suas presenças no momento do parto, embora seja lei. Essas inserções do homem nesse meio também se deve a esse ser passivo e aceitar tudo como "é assim, sempre foi e eu não posso mudar"


Amigo, colega, papai, futuro papai, entende o motivo daquela sensação de inutilidade que você tem quando sua parceira engravida, engravidou? Sabendo disso você vai ficar esperando até quando que alguém lhe convide para ouvir o coração do seu bebê na consulta pré natal? Vai esperar até quando para acompanhar (caso ela deseje) a mãe do seu futuro filho ou filha no momento do nascimento? Que tal sair dessa passividade, se emponderar e assumir sua cria desde o ventre? Para saber como está a saúde do seu filho ou filha na consulta do/a pediatra? Vamos lá, vamos lá, se meta, pois você tem esse direito!!!!!!! E sua cria mais ainda!



Fonte de pesquisa:

PERDOMINI, Fernanda Rosa Indriunas  and  BONILHA, Ana Lúcia de Lourenzi. A participação do pai como acompanhante da mulher no parto. Texto contexto - enferm.[online]. 2011, vol.20, n.3 ISSN 0104-0707.


quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Dia a dia - tirar giz de cera da parede!

Hoje Papai Nasceu dará uma dica, ou melhor, muitas dicas de como tirar giz de cera da parede. Aqui meu pequeno artista pintou literalmente quase todas as paredes desse lar com esse riscadorzinho aí.

Sabe como é, apartamento, dias de chuva, tédio, deixamos o pequeno a vontade. Também, estava enjoadíssima da cor branca predominando o ambiente. Mas enjoei dessa obra e agora?



São lindos, né? 

Comecei o projeto "eliminar giz de cera" por conta e por instinto, mas estava ficando demasiadamente cansada e o resultado era muito pequeno e não satisfatório. Procurei no nosso amado google e fui seguindo as dicas, ou seja, TODAS foram testadas e funcionam, ok?

Dica de ouro - tire do estojo do/a seu/ua filho/a a cor azul. Ela é a mais difícil de tirar.

Materiais necessários  (reunidos para todos os casos):

Esponja nova
Borrifador com água quente - ajuda a cera derreter
Bicarbonato de sódio 
Detergente
Desengripante
Secador de Cabelo
Pano
Luvas grossas de borracha
Máscara.


É muito divertido riscar parede! Vai?

Para pequenos rabiscos

Se a criança fez um pequeno desenho, você pode utilizar o secador de cabelo e o lado verde da esponja. Ligue o secador, coloque a uma distância de 03 centímetros da parede e passe a esponja. Tem que ser simultâneo, pois da mesma forma que o giz de cera  derrete rápido, logo seca.

Ou

Pegar o lado verde da esponja, colocar detergente, borrifar água quente na parede e esfregar. Ao invés do detergente pode ser usado o bicarbonato de sódio. Coloque o pozinho na esponja, borrife a água quente (formando uma pastinha na esponja) e esfregue no risco.

IMPORTANTE: Ao usar o borrifador com água quente, use luvas de borracha e cuide para não espirrar em você.

Para áreas grandes e desesperadoras,

Para áreas grandes a melhor dica para mim foi essa: usar desengripante. Porém, muito cuidado. Escolha um dia lindo de sol e com vento (de preferência) e sem as crianças em casa. Use máscara, pois o cheiro é forte! E sempre, sempre use luvas.


Borrife o líquido em várias partes da parede riscada, vá esfregando o lado verde da esponja. Depois desse processo, inicie outro: borrife água quente na parede e coloque bastante detergente na esponja (pra ajudar a tirar o cheiro forte e aquela sensação gosmenta da parede). Depois mais água quente com borrifador e um pano.
É menos demorado e mais eficaz, fiquei com duas paredes limpinhas, sem nenhum resíduo. Tem uma ainda em manutenção, pois o estado dela era bem desesperador. 

Claro, que educar os filhos e filhas para que desenhem no local adequado é a melhor indicação, mas.... as vezes acontece, com ou sem o nosso consentimento.

Afinal, infância sem sujeira é meio triste!

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Reflexão secular sobre o paternar ou feliz mês dos pais!

Para esse mês dos pais uma reflexão oitocentista sobre a forma de paternar. 

Como uma das metas do Papai Nasceu é adentras nas origens da forma de entender e fazer o "ser pai" considero primordial essa leitura. Quem conduz essa reflexão é Aluísio de Azevedo, em sua obra publicada pela primeira vez em 1883, intitulada Casa de Pensão. Aqui a relação entre pai frio e distante - Vasconcelos pelo filho Amancio - emocionalmente é erroneamente associada á respeito.

"Assim sucede aos filhos educados à portuguesa, cujos os pais sentem vexame de lhes patentear o seu amor.
Pobres pais! Quantas vezes não estão morrendo por afagar o filho, e todavia, em vez de lhe darem um sorriso carinhoso, um beijo, uma palavra de doçura, fingem-se indiferentes e afasta -se para que o pequeno não lhes perceba a comoção. 
Néscios! Julgam que com isso estabelecem uma corrente de respeito entre eles e os filhos; quando toda essa anomalia só pode servir para lhe roubar a confiança e a estima dos entes predestinados a lhes dedicar todas as primícias de sua ternura.
Os pais dessa espécie levam a tal exagero a sua convencional rispidez, que, se acham graça em alguma coisa feita pelo filho, sufocam o riso, medrosos de que qualquer expansão acarrete uma quebra ao respeito filial.
Foi tudo isso, ao justo, que se deu a Vasconcelos a respeito de Amancio. Amou-o, mas com disfarce; fingiu-se diretor inflexível, quando era simplesmente um pai como qualquer outro. Muita vez chorou de ternura, mas sempre as escondidas; muitas vezes sentiu o coração saltar para o filho, mas sempre se conteve, receoso de cair no ridículo.
E não se lembrava, o imprudente, de que o amor de pai é bem contrário ao amor de filho; não se lembrava de que aquele nasce e subsiste por si e que este precisa ser criado; que aquele é um princípio e que este é uma consequência; que um vem de dentro para fora e que o outro vem de fora para dentro.  Não se lembrava o infeliz, de que o primeiro existirá fatalmente por uma lei indefectível da natureza; ao passo que o segundo só aparecerá se lhe derem elementos para vida."

Não somo tão moderninhos como julgam alguns, algumas, ou a gente mesmo. As idéias de uma paternidade mais presente já vem de tempos e de tempos é cultuado - ao mesmo passo - a imagem do pai durão. Abre também um ponto importante - a insegurança em dar amor. 


sexta-feira, 27 de junho de 2014

Historinhas para crianças, com personagens papais!

Como as histórias influenciam o olhar das pessoas, não é mesmo? Sabia que tem livros infantis que focam na visão e no papel do pai?








Existem livros dedicados ao público infantil, que tratam apenas da relação entre o homem pai e sua/eu filho/a. E encontrei três que estão disponíveis para visualização. Assim papai e criança podem se entreter com essas histórias gostosas. Essas são indicações de livros para crianças pequenas. Aproveitem.

Uma encantadora história é essa Pê de Pai de a Isabel Martins e Bernardo Carvalho. Música de Celso Fonseca e e Ronaldo Bastos, na voz de Caetano Velozo e Gal Costa - Sorte.



Essa é uma história que me emociona, um pai e um filho coelho e suas formas de demonstrar amor - Advinha o quanto eu te amo, de Sam MacBatney. Fundo musical: pássaros.




Abaixo um livro bem legal, com um acréscimo: ele foi feito para homenagear os pais, na escola Infância no Elias, bem gostoso de ver. O livro do Papai, de Todd Parr. Narração, crianças.




Os benefícios da leitura você já conhece, assistindo junto com o filhote ou filhota também fica bom, hein?

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Amamentação - Lei Estadual em Santa Catarina - Programa Tem + na TV Com - Minha primeira vez em um programa de TV

Dia 24 de junho e recebo uma ligação do programa TUDO +, da TVCOM, para falar sobre a lei estadual que permite a todas as mulheres amamentarem onde e quando quiserem. Caso sejam inibidas ou constrangidas o violador da lei deve então pagar multa.




Eram seis da tarde, marido e filho tinham acabado de chegar em casa de seus afazeres.Eu havia passado a tarde com um mal estar estranho. A pessoa ligou, falei com o companheiro para saber se ele estava disponível para me levar e acompanhar, vi se teríamos transporte, tudo certo. Aceitei! Tomei banho, dei uma pequena ajeitada no cabelo e na cara, coloquei uma roupinha, enquanto o marido alimentava as crias, as trocava. Sempre tive um pouco de pânico em falar em público. Quando entrei no carro pensei: o que estou fazendo? Vou falar ao vivo, com pessoas que não conheço sobre amamentar? Eu? Que tenho certo pânico dessas coisas? Bom, respirei fundo e deixei o pequeno mal estar falar mais alto (ele me deixou meio leve).

Chegamos ao estúdio B e fomos muito bem recebidos. Existe uma sala de espera na frente do estúdio, com televisão, poltronas, cafezinho. A educação, empatia e simpatia das pessoas que lá trabalham é muito legal, fiquei super a vontade. Conheci então a Ingrid, enfermeira obstetra, coordenadora do aleitamento no HU/UFSC. Começamos a conversar sobre a lei, sobre amamentar. Enquanto isso o filhote e papai, passeavam pelos estúdios. Ah, João ficou encantado, estava eufórico. Logo chega a Suelen Farias, apresentadora do programa. Muito empática e muito bonita nos cumprimentou, brincou a Serena - ela tem um bebê de nove meses. Serena brincou com as pessoas ali, brincou o Bernardo filho de outra mãe participante - Alessandra (jornalista). Também conhecemos a advogada que iria participar e ficamos conversando. 


Serena mamando
Sem lubrificante nos chamaram para entrar. Peguei a Serena e fomos. O sofá que compõe o cenário é super confortável. Deram as mães o microfone bola ou sorvete, pois bebês poderiam querer mexer no microfone de lapela. Serena estava brincalhona e eu não conseguia me concentrar nas falas das colegas. Destaco o que considerei bem importante:

Ingrid mencionou que a questão de constrangimento ao amamentar não é realidade dentro da maternidade. Elas fazem um trabalho intenso para ensinar, auxiliar bebê, mãe e família na amamentação e aleitamento, amamentar é algo super natural, ou pelo menos deveria ser. Para "os/as outros" amamentar um recém nascido nem é tão mal visto, mas uma criança maior sim. Enfatizou que o aleitamento é indicado até os dois anos de idade e que isso deveria sim ser bem visto também, pois há inúmeros benefícios no amamentar, inclusive crianças maiores de seis meses.

A Vilza Terezinha Weber, advogada, defendeu a lei, enfatizando que muitas atitudes que parecem óbvias estão previstas por lei e sua não obediência gera multa. Como o caso do uso do cinto de segurança, antes de ser lei as políticas de conscientização ao uso para segurança do condutor e usuários de carros (e outros transportes) só tornaram hábito por conta de risco de multa. O mesmo ocorre com uma lei específica para a mulher que é constrangida ao amamentar, apenas a educação, infelizmente, não surte efeito aos já "mal educados" de forma massiva. Outra fala importante foi que mulheres do interior podem ser menos estimuladas a amamentação em público.

Alessandra Lima contou que em sua primeira gravidez não teve  auxílio para a amentação, o quanto foi dolorido e desconfortável, aliado a juventude e falta de paciência para realizar a função, acabou desmamando o bebê cedo. Disse que na segunda gravidez já teve mais orientações sobre como ordenhar e seu filho Bernardo de seis meses é uma lindeza, me apaixonei. Porém, evita se expor ao amamentar seu filho, a cultura que amamentar é algo  tão constrangedor que "força" algumas mulheres a esse tipo de postura.

E eu? Eu não falei, eu não disse, eu não mencionei as lutas que nós temos para amamentar em espaços públicos: os "mamaços" realizados nacionalmente, incluindo aqui em Florianópolis, desde desde 2011; sobre o "mamaço" virtual, pois fotos de mulheres amamentando somem misteriosamente do facebook. Me limitei a falar de um caso que vi. Quando fui perguntada sobre o blog e o incentivo para os pais amamentarem, também não esclareci qual é a função deste espaço. Peço desculpas as colegas ativistas, as amigas e as pessoas que se dedicam a esse tema. Porém, tentei corrigir colocando minha filha a mamar no seio em público, na TV. Na próxima vez treino a fala, me concentro melhor e faço bem bonito, prometo!!!! E antes que as más línguas comentem que posso ser despreparada para tal, já adianto que não, de repente, não estava 100% focada nesse assunto no dia, mas tenho conhecimento pessoal com duas amamentações: uma bem sucedida e outra não. Acompanhei de perto vários movimentos sobre e para a amamentação, incluindo a lei.
Mamaço no Rio de Janeiro
Primeira vez na TV, graças a indicação da Priscilla Matos, sem treino, com mal estar, criança brincando o colo, aí está o vídeo.

Queria antes parabenizar o programa TV + por colocar na pauta um assunto tão relevante, a Ingrid e Juliana. Que venham mais assuntos e discussões como essa.

Infelizmente, não consegui incorporar o vídeo, mas aqui está o link: http://videos.clicrbs.com.br/sc/tvcom/video/tvcom-tudo-mais/2014/06/tvcom-tudo-amamentacao-24-06-14/84119/


PS: Clique nas palavras em rosa e abra os links.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Instituto Papai - Você deve conhecer!

Hoje vou apresentar uma das principais instituições nacionais sobre equidade de gênero no qual vários estudos sobre masculinidades é um dos objetivo. Existe desde 1997 e trabalha principalmente com comunidades carentes: o Instituto Papai.



Quando iniciei as minhas pesquisas sobre paternidade ativa, essa foi a primeira instituição que tive contato. Principalmente por conta dos materiais que produzem. Um deles é o Programa H um manual dividido em cinco livros que podem ser baixados ou adquiridos no site que auxiliam os profissionais a abordarem assuntos com os jovens homens. Existe um livro específico sobre paternidade: "Paternidade e Cuidado", que estimula os jovens pais a serem mais comprometidos com a paternidade (ao invés de demonizá-la como é feito comumente pela nossa sociedade). Esse material teve coordenação geral do PROMUNDO.

Uma Campanhas bem interessante promovida pelo Instituto Papai é "Dá Licença, eu sou pai" - alertando que os pais tem direito a cinco dias de licença paternidade e que este tempo é muito pequeno. Como mostramos abaixo:



Esse ano, no mês de agosto, conforme me informou Mariana Azevedo, coordenadora geral do Instituto Papai, o tema será: Pai não é visita! Pelo direito de ser acompanhante. 


"De acordo com a Lei Federal N° 11.108, o SUS é obrigado a permitir a presença de um acompanhante, junto à mulher, durante o pré-parto, parto e pós-parto imediato. O acompanhante deve ser indicado pela mulher.

Contudo, há muita resistência das instituições de saúde e dos profissionais em fazer cumprir esta lei.  A resistência é ainda maior no caso do acompanhante ser o pai.

Neste sentido, a partir do slogan PAI NÃO É VISITA!, esta campanha tem o objetivo de promover discussões críticas sobre o constante descumprimento desta lei.

A iniciativa visa, portanto, exigir dos Governos Municipal, Estadual e Federal o compromisso de gerar condições estruturais nas maternidades para que o direito ao acompanhante seja respeitado."

As Campanhas realizadas pelo Instituto são de interesse de todos e todas nós. Se informe, participe, divulgue!

Instituto Papai na net: http://institutopapai.blogspot.com.br/

Foi uma enorme satisfação ter contato com essa satisfação através da gentileza, atenção e profissionalismo com o qual me atenderam. Aqui nossas portas estão sempre abertas. 

PS: As palavras ou frases em rosa quando clicadas direcionam o link.


quarta-feira, 11 de junho de 2014

Lei Menino Bernardo e os desafios que ainda não foram superados.

Contem imagens fortes!



Foi aprovada dia 04 de junho a Lei da Palmada ou a Lei Menino Bernardo.
Nem sei por onde começao, mas nas minhas aulas de redação ensinaram que sempre melhor é que venham os argumentos "positivos" e depois os "negativos". Vamos por esse caminho então.


A Lei Menino Bernardo "altera a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, que dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, para estabelecer o direito da criança e do adolescente de serem educados e cuidados sem o uso de castigos físicos ou de tratamento cruel ou degradante; e altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, consolidando a emenda de redação aprovada pelo Plenário." Ela acrescenta então que a criança e o adolescente deve ser cuidada e educada sem humilhações, ridicularizações e ameaças graves. Os pais, mães, cuidadores, responsáveis por essas crianças e adolescentes devem - mesmo que seja atribuída outra pena - deverão ser encaminhados a: programa comunitario ou oficial de proteção a família; cursos ou programas de orientação; obrigação de encaminhar a criança a tratamento psicológico; advertência. Todas aplicáveis pelo Conselho Tutelar. Dispõe que a União, Estados, Municipios e Distrito Federal devem incluir nos currículos escolares conteudos com direitos humanos e prevenção contra todas as formas de violência. A lei prevê outras coisas, veja aqui: PL 7672/2010


Tudo legal e bacana. Porém quem fiscaliza e quem faz a "coisa" acontecer ainda são os mesmos de sempre que já não dão conta do recado. O caso Bernardo esfrega na cara da sociedade como as ferramentas legais e sua aparelhamento não defendem a criança como deveriam e não é por falta de legislação. Falam de amizade entre o pai da criança e o Conselho Tutelar. Da amizade do pai com juízes. A negligência que esse menino vivia era vista por todos/as da cidade e nada foi feito para proteger essa criança. Alias, foi feito sim, porém não deu conta, não foi eficaz.

Diariamente recebo muitas notícias sobre crianças que morrem vítimas do espancamento de seus pais, mães ou cuidadores. Muitas. Passo só a vista, nem leio, pois é muito difícil. Não consegui compreender como essa lei vai conseguir evitar essas tantas mortes se não físicas, emocionais, psicológicas, morais, humanas - ou ser humano é ser irracional e violento?

Quantos de nós sabe e se envolve nas eleições para Conselheiros Tutelares do nosso município? Quantos educadores já tiveram suas vidas ameaçadas por denunciarem os cuidadores de uma criança vítima de negligência? Como nos proteger disso? Como verdadeiramente proteger a criança.

Veja que eu não defendo a palmada e a violência. Veja que eu considero as inserções na lei bem interessantes, porém como isso será feito não esclarece.

E agora quem poderá os defender?



sexta-feira, 6 de junho de 2014

Vínculo Afetivo do pai que participa e se informa antes, durante e após o parto. Ou vídeo documentário da UEL "Parto Humanizado".

Sabe quando eu insisto que o homem pai deve desde o começo da gestação estar sintonizado com a mulher e o bebê? Já divulguei algumas pesquisas que divulgam os vários motivos de isso ser saudável para o melhor vínculo afetivo entre pai e bebê. Hoje, apresento para vocês um vídeo documentário intituilado Parto Humanizado. Esse documentário é composto de alguns relatos e dentre eles o de um pai. Este homem estava tão bem informado e tão ciente do quanto a mãe do seus filhos merecia respeito no seu parto que conseguiram. Foram ao hospital com doula e plano de parto - neste exisitia o item que a mulher queria parir no quarto e não no centro cirúrgico.
Eu me emociono sempre. E o pai afirma que ter participado de todo o processo faz com que ele tenha um vínculo afetivo muito forte com esse filho.

 Veja e inspire-se, divulgue.



Vídeo Documentário da Universidade Estadual de Londrina - UEL. Reportagem de Ana Karla Teixeira,Claudia Hirafuji, Giula Espina, Isabela Nicastro. Produção: Keli Gevesier, Ana Karla Teixeira,Claudia Hirafuji, Giula Espina, Isabela Nicastro. Imagens Alisson Palisser,Rosana Reinerer, Keli Gevesier. Edição: Alisson Palisser, Mariana Mortari. Apoio Técnico: Juciene Santos. Coordenação: Luciano Pascal
Com Ana Carolina Franzon - pesquisadora e jornalista / Fernando Mangieri - Ginecologista e Obstetra / Fernanda Rocha - mãe, parto em casa / Marilia Mercer - Doula/ Willian Lopes de Oliveira - pai, desenhista industrial/ Grasiele Casoni, mãe e pedagoga - cesarea.

quinta-feira, 29 de maio de 2014

"Não tem problema ter filhos hoje em dia, tem creche integral"

Quem não ouviu ou disse?
Eu até como forma de consolo para mim mesma.

"Não tem problema ter filhos hoje em dia, tem creche integral"

E é bem legal, né? O pai e a mãe podem trabalhar dia todinho, que a cria estará bem cuidada. Quando saem do trabalho a criança está banhada, trocada, jantada e dormindo.

O pai e mãe podem trabalhar o dia todinho por isso tem creches.
Tem creches para o pai e a mãe trabalhar o dia todinho.

Não, não errei a frase - quero você a leia muitas vezes e vê se faz sentido. Leu? Não faz sentido, né?
Primeiro: Por que TEMOS que trabalhar o dia todo? Para pagar as contas. Que contas? Luz, água, telefone, moradia, prestação do carro, vestuário, alimentação, produtos de higiene e limpeza, calçados, internet, TV paga (se já não vem em um combo de TV+telefone fixo+internet), transporte, lazer, etc. E claro, a creche. Certo, pode estar em creche pública - mas pagamos por ela também não esqueça.

Precisamos de dinheiro para tudo e para isso precisamos trabalhar o dia todo. E para trabalhar o dia todo precisamos das creches. Pois assim, podemos trabalhar o dia todo e nossas crianças ficam seguras, aprendendo coisas interessantes, assim dizem.

Até o momento, a maioria das escolas ainda tem educação integral apenas no ensino infantil - até os 6 anos. Depois disso é oferecido apenas meio período. E agora? Como o pai e a mãe vão trabalhar o dia todo? Como ou com quem a criança ficará no outro meio período? Das duas uma: ou enche a criança de atividades ou a deixa com alguém ou a criança, depois de uma determinada idade, fica sozinha.

O pai e a mãe precisam trabalhar o dia todo significa que o pai e mãe não podem ficar com seus filhos e filhas, não podem se dedicar a família porque tem que ter dinheiro para ter coisas.

O sistema que vivemos é extremamente cruel com as famílias. Tudo funciona muito bem para que a gente se descabele para ter coisas e o sentimento, o carinho, o amor acabam de lado.

Você não tem que se culpar por ter que trabalhar o dia todo para ter coisas - embora a maioria trabalhe o dia todo para ter quase nada. Você tem que enxergar que o mundo ao seu redor não é um mundo justo. Não é um mundo legal. É um mundo que te obriga a ficar ausente da vida dos seus filhos e filhas. É um mundo que está em colapso porque as crianças estão abandonadas. É um mundo que culpa os cuidadores por não cuidar das suas crianças, pois esses estão ocupadas para pagar coisas.

Um exemplo: O trânsito é caótico, pois tem muito carro na rua. O transporte público é ineficiente, não tem horários, não é confortável, a logística não funciona. Fora, que para nossa cultura andar de ônibus é coisa de pobre. A solução do governo é criar mais estradas. E dá-lhe desapropriar, aterrar, degradar o meio ambiente. E a grana que vai para isso? Pensa na grana que economizaríamos se tivessémos um transporte público melhor? Economia de tempo e de dinheiro público.

Aí o pai e a mãe trabalham o dia todinho e a criança fica na creche - quando fica, pois nem sempre há vagas. A solução? Construir mais creches, ampliar espaços, contratar mais profissionais? Governo bom, né? Não! Isso significa mais dinheiro público sendo destinado a dar conta dos pais e mães que tem pagar a conta dos impostos que o governo impõe (sem vírgula para não ter pausa).

Sabe qual seria a solução? Reduzir carga horária de trabalho, aumentar salários, para que o pai e a mãe possam ficar mais tempo com suas crianças, não obrigando -as a irem para creches, o governo ao invés de gastar com toda a manutenção de uma creche e seus funcionários, investira no pai e na mãe. E isso é só um exemplo.

A conta que estamos pagando está muito alta. Nossas crianças estão abandonadas, não tem que cuide delas, pois todos tem que pagar e pagar contas e impostos.

Acorde! Acha realmente justo trabalhar o dia todinho e deixar sua criança o dia todinho sem a sua presença? A culpa não é sua! Vá e lute! Vamos e lutemos!

Acordei meio...

sexta-feira, 16 de maio de 2014

Bisavó Maria Manoela

Eu poderia reservar esse espaço e escrever sobre minha avó materna. Mas estou preparando algo para ela. Como ela não usa computadores, não sei verá ou veria o que iria destinar em letras juntas para sua homenagem. E ela merece todas as honras.

Eu poderia escrever sobre o avô também, pois o blog se destina a isso, a falar sobre homens.

Mas não, hoje, embora já tenham passado uns dias, mas ainda em tempo falarei de uma figura centenária da família dos meus filhos.

Conheci essa pessoa quando estava grávida do meu primeiro filho. Apesar de bem barriguda e já com um tempo de gestação, não sabíamos o sexo do bebê. Era um lugar muito bonito, com trilhos de trem para
São Pedro/RS - Foto Gisele Corrêa
todos os lados, arborizado, inspirando tranquilidade. Entrei em um quarto com aquela timidez costumeira de quem vai pela primeira vez conhecer alguém. Ela estava deitada em uma cama posicionada para janela. Essa mulher é muito parecida com minha bisavó, cabelos ralos bem branquinhos, a face serena, a paciência em viver de acordo com aquilo que tem. Falaram para ela: essa é a mulher do Peri, está grávida. Estava um pouco atrás dela que colocou a mão na minha barriga, sorriu e disse: será um menino. Tempo depois o exame de ultrassom confirma: menino!

No ano passado quando fomos visitá-la já não estava mais na cama, já andava. No meio da conversa ela diz:e a próxima seria uma menina. Me tremi toda, afinal, eu não estava grávida!!!! Mas como me enganei, estava grávida sim e de uma menina, sim.

Essa pessoa, essa senhora, tão astuta, tão iluminada completou nesse domingo de dia das mães, 11 de maio, cem anos de vida! Isso mesmo: a bisavó materna do meu filho e da minha filha completou um centenário de vida. E tem um lindo nome: Maria Manoela. Foi até matéria no jornal.

Pena que ela more tão longe. Pena que sempre que vamos visitá-la não dá conversar horas com ela, para saber mais sobre sua vida. Aos familiares que quiserem enriquecer esse post, esteja a vontade! Vou colocar aqui algumas coisas que saíram no jornal:

Dona Mariquinha, como é conhecida, é uma pessoa doce e sorridente e ama os seus. Sua maior benção é estar perto da sua família. Casou se duas vezes, enviuvou duas vezes, criou 11 filhos. Sempre foi uma mulher conhecida por sua bondade e por seu duro trabalho na roça.  Tem 29 netos, 49 tataranetos e 3 bisnetos e sabe de todos, hein?

Ao ser questionada como ela consegue perceber a mulher grávida e o sexo ela responde: percebo pelo brilho da mulher.

Quero aproveitar e mandar um enorme beijo a minha querida sogra Eloá e estender a toda a família. Sentimos sempre saudades de vocês.



domingo, 4 de maio de 2014

Criação com Apego - API Rio - Paizinho Vírgula

Antes de iniciar esse blog já era leitora de muitos e uns dele era: Paizinho Vírgula, escrito lindamente por Thiago Queiroz que promove a criação com apego ou o termo em inglês Attachment Parenting International API. A API é uma associação que visa promover vínculos entre pais, mães, seus filhos e filhas dentro desse mundão. Thiago Queiroz, não só promovia encontros mensais para conversar sobre criação com apego como resolveu se tornar um dos líderes da API e durou dez meses seu período de certificação.


Sua paixão pela criação com apego, em informar as pessoas tornaram esse desejo realidade. Thiago Queiroz é agora líder da API - Rio. Ele é um exemplo do que podemos chamar de "novo pai", um homem consciente das suas responsabilidades na criação e vinculo emocional com os filhos e filhas. Você pode entrar em contato com a API pelo facebook



Aqui um poquinho da história desse pai: "Eu conheci a API alguns dias após conhecer a criação com apego, enquanto tentava ler mais sobre o assunto, e isso foi logo após o Dante nascer. Fiquei tão admirado com a criação com apego e com o trabalho da API, que eu queria tentar ajudar a disponibilizar essas informações no Brasil, na nossa língua. Foi assim que iniciei minha relação com a API, me oferecendo para traduzir os Oito Princípios da Criação com Apego. Na época, até perguntaram se eu não estaria interessado em me tornar líder de grupo de apoio, mas eu não sentia como se fosse o momento ainda.

Então, eu criei o grupo Criação com Apego no Facebook, que rapidamente começou a dar resultados muito bacanas. Comecei a promover os Encontros com Apego, que eram os momentos onde pais e mães poderiam compartilhar suas alegrias, tristezas e receios. E o mais importante de tudo: um lugar onde nós pudéssemos nos sentir acolhidos, sem precisarmos nos sentir como ETs. Os encontros eram mensais e acabaram se tornando um dos fins de semanas mais esperados do mês – pelo menos para mim – e cheios de bebês lindos.
Alguns meses depois, achei que seria interessante começar a escrever um blog, contando um pouco das minhas experiências de pai apegado. O resultado é esse que vocês veem agora: um blog escrito com o coração e que é muito querido por muita gente. Um blog fácil de ler, sem muitas firulas, escrito de um pai para outros pais e mães.
Mas, entre um post e outro, aquela ideiazinha de me tornar um líder API começou a ficar mais forte. Tão forte que, há quase um ano atrás, em junho de 2013, iniciei meu processo de certificação."
Thiago Queiroz, também ministrará palestra no Rio de Janeiro, conforme abaixo.


Parabéns Thiago pelo seu trabalho e por estimular as pessoas a serem melhores que já são. Esse espaço estará sempre aberto a você.

Texto retirado do site Paizinho Virgula

sábado, 3 de maio de 2014

Documentário - Com Licença - Sobre a Licença Maternidade

O documentário Com Licença, com direção de Bia Siqueira, trata da problemática das mães que devem retornar ao trabalho após quatro ou seis meses de licença maternidade. Vários olhares por diferentes profissionais são lançados para discutir a questão Maternidade e Carreira. É um filme sobre você mamãe e sobre você papai. É uma temática urgente!

Algumas palavras de Bia Siqueira pelo impulso em realizar esse projeto: "Muito antes da minha primeira filha nascer, talvez meu instinto me fizesse prestar bastante atenção às mulheres que tinham filhos ao meu redor. Via muitas delas se dedicando desenfreadamente ao trabalho, se desdobrando em mil pra atender a todas as demandas: chegar a tempo no trabalho, gerenciar o dia a dia do filho à distância, produzir, levar ao médico, e ainda, ser mulher de vez em quando. Sempre procurei evitar o julgamento. Eu só olhava e pensava: “algo me parece muito desequilibrado... Quando chegar a minha hora quero ter, pelo menos, opções.” De lá pra cá, fui guinando minha vida profissional pra alguma coisa que pudesse me dar mais flexibilidade. Sei que muitas mulheres não têm essa opção. Natural... O ser humano se torna muito mais sensível a qualquer assunto depois de o viver na pele. E é justamente a gravidez e o nascimento do filho que faz muitas mulheres repensarem tudo, rever prioridades e visões de mundo. Decidi transformar aquele meu primeiro sentimento lá de trás, em algo maior, algo que pudesse realmente fazer as pessoas pensarem e refletirem, e com isso fazer dessa uma discussão social em larga escala. Em prol delas, em prol dos filhos, e em prol daquela tal sociedade a que me referi anteriormente: sociedade como quebra-cabeça completo. Não, esse não é um problema apenas de quem quer ter filhos. "

Assim como Bia, muitos e muitas de nós ficamos desamparados em nossos desejos de dedicação a família para darmos conta de colocar "comida na mesa" e nos realizarmos profissionalmente, será que precisamos realmente dessa vida desenfreada? Será que precisamos viver dessa forma?

Quando vi o trailler pela primeira vez (e pela segunda) me emocionei muito. Deixo para vocês verem também e se emocionarem.





Porém para finalizar o filme estão necessitando da nossa ajuda. Você pode contribuir com quantias que vão de 30 reais a outros valores. Quantias menores são bem vindas também. Com o que está escrito no site da benfeitoria:

Por que Crowdfunding?  

Hoje estamos há 2 anos construindo essa história, dedicando de graça o nosso tempo e o de todos os envolvidos para chegar até aqui. Quando decidimos incentivar o projeto pela Lei Rouanet, já havíamos realizado diversas entrevistas por nossa conta e custo. O projeto foi aprovado, e de lá pra cá nos reunimos com diversas empresas para captação de patrocínio, uma estrada quase sempre lenta e muito difícil. Por acreditarmos que esse é um projeto coletivo, que diz respeito a cada um de nós, optamos por arrecadar o montante que falta para finalizar as filmagens via financiamento coletivo. Via todos nós. E muito além disso, como forma de te convidar a fazer parte desse coro, para juntos mostrarmos para empresas e governo que essa é uma discussão que se faz urgente. O tempo do futuro é agora. E esse futuro será tão bom quanto as nossas possibilidades de deixar filhos melhores para o mundo

Se você quiser ajudar ou conhecer melhor o projeto clique aqui.

Nós merecemos esse documentário!



quarta-feira, 30 de abril de 2014

Bebê vai nascer e o que fazer? Como ser um ótimo acompanhante no parto - a dica do Papai Nasceu

Sua esposa, ou namorada, ou noiva, ou amiga, ou companheira, ou mulher - não importa o nome - se descobre grávida. Você tem uma vontade inenarrável de acompanhar esse parto. Quer estar presente em todos os momentos.

Ou

Você descobriu já com a gravidez bem adiantada que será pai e quer acompanhar todos os momentos.

Como já foi relatado aqui no blog, não é sempre que o papai tem um bom acolhimento durante o pré natal. Fica meio de lado. Muitas vezes, nem a gestante é bem orientada sobre o parto, que ela pode ter um acompanhante. E agora? O que irá fazer, como irá se comportar, vai desmaiar?

Você está louco de vontade de ver a carinha do seu bebê, né? Quer ficar juntinho, acompanhando tudo, mas o que fazer para não atrapalhar, não desmaiar, não fazer bafão?

Se puder, meu amigo, leia, leia tudo o que for possível sobre parto. Lembre-se parto é um evento natural e vaginal, cesária é cirurgia - um recurso lindo, que serve para salvar vidas - então leia, leia e leia. Participe de fóruns, grupo de gestantes e casais grávidos, cursos, roda de pais e tudo que puder te ajudar.

Pra quê? É interessante isso, né? Parto uma coisa tão natural e tem que ser estudada. É importante estudar, pois a nossa sociedade se desacostumou com essa "coisa" natural. É importante ler, estudar para saber o que vai acontecer ou o que pode ocorrer com o corpo da futura mãe do seu bebê. É importante ler e estudar para não se assustar, para não se descabelar, para saber como agir, para trazer esse bebê ao mundo também, afinal o papai vai nascer junto!

Uma dica preciosa é: assista a todos os partos lindos e naturais disponíveis no youtube. Além de emocionante, você vai se acostumando a essa esfera do parto. E também assista a cesáreas. Duas indicações de filmes documentários são: violência obstétrica - a voz das mulheres e o renascimento do parto.

A mulher entrou em trabalho de parto? Começou a sentir contrações? Quando entramos em trabalho de parto ativo, sentimos muito a região lombar. É como se viesse uma sensação forte e aguda bem no centro da lombar e resvalasse. Essa sensação ocorre por um hormônio maravilhoso chamado ocitocina. A mulher fica "bêbada" por conta desse hormônio. Quanto mais a contração fica forte, mais a mulher fica em outra dimensão. Entenda uma coisa: parto é algo instintivo. Não é um momento para a finese da mulher ou boa educação, ou de racionalidades. É um momento de transe, onde ela estará mergulhada em si mesma e no bebê. Ela precisa relaxar. Sentir a contração e relaxar, quanto mais relaxar, quanto mais sentir a contração e deixar ela passar, mais rápido o útero dilata, mais rápido o trabalho de parto. E acredite tem vários métodos naturais para ajudar a amenizar muito a sensação da contração.

A sua função querido papai será o de apoiar essa mulher. Você deve primeiro ser extremamente carinhoso, falar baixo. Oferecer massagens - caso ela deseje. Segurar na mão. Dizer que ama. Algumas posições ajudam a relaxar na hora da contração e você pode servir de apoio. Olhe o quadro abaixo.



Observe bem essa mulher, observe bem a transformação do corpo, observe e contemple a natureza agindo. Se observe, entre em contato com seus sentimentos, sinta todo aquele momento, traga seu bebê ao mundo, respire, inspire, se emocione. Acompanhe essa mulher, se acompanhe, traga essa criança ao mundo. Nasça, renasça, não se poupe de nenhuma emoção, deixe o papai surgir. Sinta esse pai com todas as forças. Será lindo e tudo dará certo!

terça-feira, 29 de abril de 2014

Programa de alimentação saudável para crianças.

A um tempo atrás, não muito, o canal pago Discovery Kids (DK), dedicado exclusivamente a programação infantil veiculou um comercial de um salgadinho que além de ser ofensivo também era a um produto nada nutritivo para crianças.
Esse mesmo canal também, nos seus intervalos da programação, bombardeava o interlocutor com muitos, muitos produtos.
Receberam muitas reclamações, e-mails, exigências de pais e mães para melhorar a qualidade da programação, pois o que passam no intervalo entre os programas deve ter alta qualidade.
Pois bem, a DK se redimiu, hoje tem menos venda e um pouco mais de qualidade. Um ótimo interprograma é o bloquinho musical que ensina e estimula de maneira muito divertida aos pequenos - e grandes também - a ter uma alimentação saudável. Se não curte o canal pode acessar no youtube.

Esse abaixo eu curto bastante.


segunda-feira, 28 de abril de 2014

Caso Bernardo - Um grito à paternidade ativa ou uma sociedade ativa?

O caso Bernardo está lotando os meios de comunicação - como não vejo televisão - posso dizer pelos sites. O ocorrido chama a atenção por sua crueldade, mas aqui não irei debater sobre isso, você pode saciar sua sede de sangue em outro lugar. Vou te convidar a refletir comigo sobre o que sempre apresento nesse blog: a importância da paternidade. Não sei se para filhos e filhas, mas para o homem.

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O que afinal faz um pai? O que se espera de um homem que tem filhos e filhas - ou um filho e/ou uma filha? Qual é o papel dessa pessoa? A sociedade ainda tem aquele velho conceito de que apenas a mulher deve se responsabilizar pelos cuidados com as crianças, tanto da alimentação, higiene e saúde, quanto do lado emocional. Ao homem espera que ele provenha à casa, pague as contas e proteja a família.

Quando o pai e a mãe se separam ou são solteiros a mulher quase automaticamente tem a guarda da criança. Cabe ao homem, em uma grande maioria dos casos, visitas quinzenais ou semanais, podendo ou não pernoitar. O cotidiano escolar e outras atividades são acompanhadas como por esse pai? 

Com esse quadro (que está mudando, como sempre relato, seja por aqui ou pela fanpage, porém é lenta) quando a mãe se ausenta, como esse homem irá assumir as responsabilidades que antes cabiam a mulher? Afinal, a vida desse homem era construída para materialmente ter condições de dar a sua família conforto e segurança.

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O caso Bernardo grita nos nossos ouvidos! É um grito, um berro alto, longo e dolorido. Talvez, você possa estar um pouco zonzo com tanto sangue e julgamentos mil que não tenha percebido isso. Limpe sua mente e ouça. Ouça esse menino gritando por um pai presente. Ouça esse e tantos Bernardos que existem por aí. Esse é um caso além do sangue e das atrocidades. É um caso que diz respeito a toda sociedade e o papel que ela impõe ao homem.

Como professora é comum, quando o pai e mãe de algum estudante se separam, ouvir: o homem se separou da mulher e de seus/uas filhos/as. Quando esse homem assume um novo relacionamento é como se qualquer vestígio do relacionamento anterior tivesse que sumir, incluindo as crianças. Penso, será que foi isso que aconteceu com o pai do Bernardo? Quando Bernardo era criado junto a mãe esse homem era carinhoso e se tornou diferente quando criado com a madrasta. Não li nada como se relacionava com a filha que tem com a atual esposa. Será que era ausente? Será que pensava - o pai do Bernardo, que este sendo menino não havia problema em ser "criado solto", afinal, a sociedade cobra uma dura educação aos rapazes, pois homens precisam ser emocionalmente frios. Será que por isso não se ocupava tanto do menino, para este se tornar "um homem de verdade"?

O pai do Bernardo não é infelizmente uma exceção no que diz respeito a negligência, a falta de amor, de carinho, de acolhimento. Infelizmente existem muitas crianças sendo negligenciadas por aqueles que deveriam lhe dar amor. Quantas você conhece? O que você faz em relação a isso? Acha justo? É triste saber que um menino de 11 anos implorava por atenção e até pediu uma nova família, né? Mas quantos Bernardos existem perto de você? Pergunto de novo: o que você faz em relação a isso? Há algo que pode ser feito?

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Sim, existe. O que podemos fazer enquanto sociedade é primeiro não considerar natural que o homem abandone seus filhos ou filhas.  Segundo é ouvir o que as crianças tem a dizer, levá-las a sério. Terceiro é urgentemente fiscalizar os órgãos que deveriam cuidar das crianças. Negligência e falta de amor é mau trato. E denunciar ao Conselho Tutelar.

Uma pesquisa revela que a  maioria dos casos de agressão a crianças vem justamente de seus pais e mães, tanto no que diz repeito a espancamento quanto a negligência da higiene e saúde dos filhos e/ou filhas. Ou seja, se o caso Bernardo choca pelo seu fim, entristece o abandono pelo qual passou na sua curta vida. E isso é uma realidade de muitas, muitas crianças mesmo.

Voltando as perguntas dos dois parágrafos anteriores há mais que pode ser feita além do sugerido. Está acontecendo uma discussão na Câmara para que denúncias de maus tratos a crianças tenham mais peso. O projeto prevê também mudanças na formação dos conselheiros tutelares e a pressão é para que seja votado antes da Copa. Você já sabe o que deve fazer, né?

Não sei o que levou o pai do Bernardo a ser negligente com o filho, mas posso dizer que a cultura que vivemos é um influenciador em potencial para que casos de Bernardos ocorram, todos os dias, a todo o momento. Ainda não há provas concretas sobre o envolvimento do pai do garoto no assassinato. E sinceramente torço para que não tenha - essa morte dita matada. Para que ele consiga cuidar de sua filha, ter uma segunda chance após tantas tragédias. Espero e torço por isso!

Que esse grito seja ouvido por todos nós.


Sobre a pesquisa de maus tratos aqui.
Sobre a o PL 7746/14 - aqui.




domingo, 20 de abril de 2014

Coelhinho da Páscoa que trazes pra mim ... Ostara, vamos lá!

Eu particularmente adoro essas datas "imaginárias". Certo que a Páscoa tem um significado importante para algumas religiões, certo que a páscoa se tornou uma data comercial. Mas eu não tô nem aí pra isso, o que eu curto mesmo é a história de um coelhinho trazendo presentes.


O chão está pintado com as pegadas do Coelho que vão do quarto a sala, na mesinha do filho mais velho. Nela o coelhinho colocou uma canga colorida, biscoitos, giz de cera, lápis de cor, livros e DVD. E ainda deixou uma cartinha!

O coelho, segundo o João, dormiu juntinho com ele, na sua caminha e deu um beijo na sua bochecha. O coelho é amigo do papai noel que sempre vem a noite.

Por que escolhemos fazer isso? A criança é um ser completamente lúdico. As histórias que João inventa todos os dias se confunde e se mistura com a realidade. São coisas deliciosas. Ele mesmo assume vários personagens durante o dia: médico, bombeiro, policial, skatista, baleia, gatinho, bebê, mamãe, papai, vovô, vovó, titio e por aí vai. Aproveitamos a data e exploramos a imaginação que ela proporciona.

Aqui não importa o tamanho do presente e sim da criatividade. Pense se não é mais divertido fazer a filharada procurar presentes pela casa ao invés de apenas dar aquele grande ovo de chocolate? E os presentes podem ser diversos, alias essa é uma dica que preciso dar a você que não curte muito o consumismo: resinifique presente. Presente pode ser: fruta, suco, carta, pãozinho, flor, enfim, pode ser aquilo que você ensinar que é. Ao invés de ovos e coelhos você pode preparar uma cesta de café da manhã ou ainda dar uma tela, tinta e pinceis e promover o dia da pintura.

Eu acredito que a infância deva ser recheada de brincadeiras. As crianças crescem e se desenvolvem muito melhor. Você pode até criar tradições para essa data, conforme o jeito que sua família é e no que ela acredita. Já que vivemos em um mundo inundado de significados comerciais invadindo por onde quer que olhamos, vamos fazer disso algo diferente do comum ou diferente do nada.

Ah, e que o Coelho venha nesse lar durante muitos anos, que marque positivamente a infância deles.


Hmmmmm..... ok! Assim, as datas cristãs como natal e páscoa não foram criadas a toa. Lá há muito tempo atrás a Igreja Católica teve que lidar com uma série de religiões de outros povos, que denominavam de pagãos. Então, havia uma deusa. A deusa da fertilidade - Ostara, Ishtar, Ester, etc - era representada por um ovo e observa um coelho. Sua festa - assim como em várias culturas - era realizada no final do de março, no fim do inverno, início da primavera. Coincidência? Não, não! Ano que vem quero apresentar essa deusa para eles. Afinal, história é sempre muito importante!

Seja qual for o significado que você escolher para essa data, brinque com a criançada. Divertido é para nós e para eles. 

Feliz Páscoa!


PS: Ambas fotos de arquivo pessoal.

sábado, 19 de abril de 2014

Ato de Florianópolis na mídia - Somos Todxs Adelir - Ato Contra Violência Obstétrica - Florianópolis 11/04


No dia 11 de abril como foi divulgado por este blog, em outros sites e redes sociais houve em mais de 30 cidades brasileiras e também fora do país manifestação contra a violência obstétrica. O "Somos Todxs Adelir - Ato contra violência obstétrica" faz referência a Adelir, mulher que na cidade de Torres/RS foi obrigada a passar por uma cirurgia cesariana, sendo arrancada de sua casa em trabalho de parto, por policiais armados e mandado judicial.

O Ato repercutiu positivamente, tanto que no dia 07 de maio de 2014, haverá em Brasília audiência pública sobre violência obstétrica. Conquista muito importante para todas as mulheres, homens e crianças da sociedade brasileira.

Aqui em Florianópolis, entramos em contato com o Ministério Público de Santa Catarina. Um grupo de mulheres, homens e crianças entregaram um manifesto regional denunciando algumas práticas abusivas que ocorrem em maternidades tanto públicas quanto privadas na região de Florianópolis.

A TV UFSC fez cobertura do ato aqui em Florianópolis e divulgo aqui. A reportagem é a primeira do programa UFSC Cidade. Agradecimento especial a Peri Carvalho.